
A seca que assola 83% dos 167 municípios potiguares, além de sofrimento ao sertanejo, também tem causado mudanças no comportamento de animais. No município de Patu, na região Oeste do estado, a estiagem está mudando o comportamento de colônias inteiras de macacos prego. Em busca de água e comida, os animais estão descendo a Serra do Lima e invadindo a cidade. Levantamento realizado pela Secretaria de Meio Ambiente do município aponta para aproximadamente 1.500 símios na região. A Prefeitura está preocupada com a situação e o Ibama alerta: dar comida aos bichos pode causar desequilíbrio ambiental.
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Em agosto, incêndio queimou boa parte da mata (Foto: Bruno Campelo) |
O secretário de Comunicação de Patu, Bruno Campelo, afirmou que o Ibama recomendou que as pessoas não alimentem os animais. Ele disse que os macacos podem se acostumar e adotar o hábito. "Eu receio que eles continuem buscando alimento entre as pessoas mesmo quando a chuva retornar", acrescentou.
Campelo informou ainda que a mudança de comportamento dos macacos prego ocorre desde que um incêndio, ocorrido em agosto passado, devastou a vegetação de palmeiras da espécie coco-catolé, principal alimento dos símios que habitam a Serra. Ainda segundo o secretário de comunicação, a queimada não ocorreu de forma natural, mas ainda não se descobriu o responsável por ter ateado fogo na vegetação. E, como não chove na região há meses, as plantas ainda não se regeneraram.A Secretaria de de Meio Ambiente de Patu fez um levantamento e identificou a existência de cinco colônias de macacos prego no território geográfico da Serra do Lima, o que daria, aproximadamente, 1.500 animais. Também já foram identificados os locais onde os macacos estão bebendo água diariamente, pois, de acordo com o estudo, ainda há reservatórios de água em cima da serra e a ida dos animais à cidade seria provocada apenas pela falta do coco-catolé.
"Cada colônia de macacos agrupa entre 250 a 300 animais em territórios demarcados. Esta é uma das preocupações do Ibama. Além de acostumar os animais a conseguirem alimento de forma mais fácil, as pessoas que dão comida aos macacos podem promover o encontro destes símios pertencentes a colônias diferentes, ocasionando confrontos", relatou Campelo.
G1 RN
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